Fragmento Indignado
Eu quero meus fragmentos lidos, relidos, ditos e não ditos em folhas de jornal de domingo. Samba a dois, ponto sem nó. Há muito de impublicável. Pena, muita gente ia gostar do indizível. Outros, não. Ah, algumas denúncias expostas incomodam mais que a ideia de morte, que a resignação de ser deixado, de perder o outro. Dor de cotovelo é um clássico, e não sou eu que vou enfiar o dedo na ferida alheia. E haja convenção social, bons comportamentos, bons textos. Polidez, segredos do contido. Não pode palavrão? Pornô? Ah, uma menina tão linda como você, não fica bem... Que venha a idoneidade hipócrita e cínica. Não é pra ser? Que, todos os dias, meu bom dia seja uma máscara social. Com o tempo, bom tempo, aprendemos a ser tão bons nisso, que cola, sem superbonder nem nada, à nossa cara. Me empresta a sua, por favor? A minha tá meio artificial. Não sei, talvez falte um pouco de pó compacto. Ah, joga um pouco de blush, compra um sorriso na esquina! Custa um pouco mais que um...