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Mostrando postagens de março, 2014

Quando

Consegui voando, dizendo e querendo muito. Maluquice. Hoje choro, até corro, mas não vejo onde chegar com essa de você aqui. Sinto uma febre, algum calafrio de quando em vez, e era comum nos nossos tempos de saudade. Agora, tudo é esparço, ficou meio roto, parou meio vão. Talvez seja mais por mim, meu bem, e eu ainda digo que de amor em amor se consegue fazer, se pode ver o invisível. Sozinha não é pra tanto. É outra história, é a fase do deixa seguir, do deixa ficar. Ir pra onde, se o meu quando ainda está com você? Eu odeio querer o futuro do pretérito, mesmo sendo o meu verbo mais bonito. Eu quis um último tudo, um pouco de cada. Ainda não cansei. Peço em mim, só mais um milhão de vezes Mais uns duzentos mil beijos Um punhado bom de afagos Trezentos mil, Meus milhares de sorrisos E só mais uma centena, aos montes, desse seu olhar Eu juro, dessa vez coloco menos açúcar no macarrão Não erro mais no ponto do suco Não implico mais com a sua folha de alface Eu insi

Frios e sonhos

Alguém há que se sentir melhor nesses tempos chuvosos. Ou mais feliz. A tristeza tem dessas. Me faz sentir um nada nessa multidão de mentiras, e nessa de decepções repetidas. Não me encontro, amor! Eu estou desenganada. Mas sigo levando tudo aqui. Ontem sonhei com você. Quem me dera, hoje, quem sabe, poder te contar tudo. Ah... eu ia te dizer dos nossos olhares, risadas, algum abraço, aquela nossa música, um último amor, só mais um beijo, suas mãos. só mais um quê de cumplicidade no silêncio, mistério de mais e mais amores. E gosto e vontade dos mergulhos de antes. Acordei. Perdemos o melhor do sonho. Nas obviedades, não vejo as nossas verdades. As desculpas são as mesmas, é tudo tão antigo... nem o desamor é novo. Engano.  Poderemos achar culpados. Mas como, se estão todos tão certos? Todos algozes, alheios de nós mesmos?A maldade não tem sexo, é plural. E ninguém vê esses mentirosos, falsos e amigos. De quem?! Cretinos. Decerto, não mais que eu.  Ah, mas

Pressa

Ontem foi de saudade. Corri. Toma aqui os noventa, mas, onde estão os cem? Preciso de procuras, eu sei. Preciso de razões. Não quero os pensares, não é hora. É a fome. Preciso de você. Toma todo o meu sim, dor e alma. Nem tento, nem resisto. Sou eu que peço. Mentir pra quê? De amor em amor me valho, me encaixo, nos cabemos um no outro. Vê! Estou no agora, eu sei, e você, no ainda. Tudo bem, abro mão da pressa, desisti. Te e spero, amor. Vem, deita comigo... me junta! Tem um tantão de mim aqui. Meus sorrisos. E ninguém precisa nos dizer do amanhã, meu hoje. Gilda. 14.03.2014. 2h.

Versos inquietos

Estou perdida, amor, em meio às nossas confusões premeditadas. Do lado de lá, nada sei. Cá, me vejo, atônita, dormente, meeira, sem sim, sem não. E o que tenho, então? Angústias douridas, faltar de tudo, saudades oscilantes. Nada de ar. Será de raiva, será de amor, ou um pouco de muita dúvida? Eu não sei mais o que é pra mim, nem o que um dia foi. Eu juro, olhando de trás, não era aqui que eu queria estar. Nem era sem você. Então, por quê? Pedi um sinal, chamei por Deus, orei a um Norte, qualquer um, e nada. Só esse poema, versos fracos, fraquinhos, que mal cabem nas minhas vírgulas. Preciso de pontos. Medrosas interrogações, rumores de exclamações, um arrogante ponto e vírgula, um exigente ponto final? Reticências... Afinal, o que restou do amor, além do que agora ainda lateja? É muito. Busco o tempo. Nada exato. Tudo incerto. De mim, deixo-te meu grande mar, Essa insônia, e minhas incertezas. Gilda, 10.03.2014

Das loucuras e dos lutos

Estou com sede de verdades. Fome, fome mesmo, eu só tenho das verdades inteiras, dessas de tontear quando é ruim, de cansar as bochechas e tirar o sono, quando boas. Preciso mais das boas, mas, por ora, as ruins também têm sido bem vindas. Mas não me venha, por favor, com verdades pequenas, verdadezinhas, essas pseudoverdades meia-boca. Eu não sou amiga do acaso, do convencional e do meeiro. A intensidade é meio como eu, dói tudo, ama sempre, grita aos cantos mais longínquos o seu sentir. E não me importa se faço birras de criança, se me afogo, ébria, às vezes. É daí que saem as melhores lições, porque é preciso ter alma, muita alma pra aguentar as consequências de se ser livre. E preta. E antissociedade óbvia, hipócrita e suja. É isso mesmo. Não há como ser dada a convenções. Eu tentei, sabe? Mas essa merda não era pra mim, não era pra ser. Então, liga-se o foda-se bonito, pulam-se as ondinhas da minha maré seca, com direito a afogamento e mudez do celular e tudo. Não fui eu qu

Fragmento de pergunta Ou Sobre a quarta-feira de cinzas

Engraçado... Eu achava que tudo seria diferente, que haveria uma felicidade frenética, após quaisquer dias de muitos carnavais. Tudo deveria ter sido esquecido. E nada foi pouco! Foi tanta busca de esperança, de cantigas e cores, e eu vi tantos azuis, tantos quereres... De todas as brincadeiras, eu me vi em meio a picos de emoções, de sabores e de tantas vontades. Foi tudo lindo! Se viu um frenesi alegre, biquínis prateados, furta-cores, meios peitos de fora, um fio-dental para cada tipo de shorts e pernas. Gentes pelo chão, e, todos dormem, menos eu! Tatuagens à mostra, um quê de otimismo sem fim. Muitos brindes, cervejas para todas as cores e preços, boa música, algum samba, MPB nos táxis e sobras de diversão. E beijos, de todos os tipos, gentes e tamanhos, para todos os gostos e tradições. Em meio a esses hits novos, sentimentos explícitos, tradições comemorativas e colares de ruas entupidas de branco, das mortes atirando a metralhadoras de brinquedo, a olho nu, n