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Mostrando postagens de 2014

Brechó

Brechó Este blusão que me coube tão bem no verão passado não me cabe mais Mangas puídas Bolsos ampulhetas Pedaços de você Eu não quero guardar mais nada Sorrisos, retratos, Tardes ensolaradas Insultos não proferidos Agora coração murado Feito filmes da Disney E o velho relógio parado derrete Ponteiros de amores perdidos Maldita herança do meu avô. Aion e Gilda, 19.05.2014

Alagoinhas

Domingo na medida Boa pedida Para corações enfartados e moribundos Para vidas remendadas Cerveja gelada, brindes a nada Beijo usurpado Raios urgentes Perdemos o viaduto Saída de emergência Volantes para lugar algum Tudo é sempre muito Engana-se! Até dói Não há nenhum coração rendido. Gilda e Aion, 19.05.2014

Escolha das flores

Meu coração oscila. Minha emoção me expõe, minha razão me martiriza. Hesito. Eu, agora, quero coisas demais, e sigo em conflito, porque não há como desenhar, nem há de ser pra sempre, eu sei. De tudo, preciso fazer escolhas, mas são poucas flechas para tantos dedos, tantos futuros, todo o amanhã. Feliz! Ganhei surpresas, mas, o que dei? Amanheço pensando em ti. Sorrio de quando em vez. Eu cuidarei de todas as flores, meu bem. Agora, é esquecer. No teu abraço, passou. Gilda, 29.04.14.

Sobre leis

Há um quê qualquer E vem de nome e sobrenome senti Dou vontades e espelhos Espera. Mas essa não é velha essa não é vã Agora, é toda sua Eu que o diga! Tem mais, muito mais de onde veio De onde vim Engata a primeira, agora é só soltar a mão Ou não? Não era a polícia nem nada Era uma loucura logo ali Não me olhe, nem susto deu Tremi. E foi, mas houve quem dissesse era pra ter sido nu Era pra ter sido Ontem. Ah, tudo bem, temos os sábados Temos ainda a música E tu, meu bem, Por que levaste a minha lei? Acredite. Nem maio é ainda. Gilda. 25.04.14.

Partiu linha um

Eu não tenho mais velharias pra doar Inclusive, pode levar todas Basta de lembranças tolas Os dizeres, os quereres já se foram E não há também mais nenhum amor Vê algo aqui? Nada. Nenhum resquício de mim para ti, Meu bem Essa cama nunca me pareceu tão grande, Jéo Mas, e daí? Eu cresci um pouco Caibo em espaços novos de corações fundos Mergulho Jogue no lixo o seu amor vão, leve de volta para agora mentiras, falsas preocupações, cuidados de araque Foi tudo falho Meu vazio é verdadeiro Nesse canto eu ainda não me reconheço Nem como hoje Isso foi tudo no ontem Chega de poemas feios De biquini, à espera do Sol Alô? Tum, Tum, Tum, Tum, Tum, Tum, Tum... Eu, finalmente, aceito. Gilda, 19.04.2014.

Abril

Dessa vez mais Segui negando começo meio Entremeios E no fim, obedeci, depois teimei de novo. No recomeço, reconheci Era inútil Era inevitável Jamais Sempre sim pra ti Me aproximei Te seduzi Você deduziu o início O escancaro óbvio Foi bom nisso E é, em muitas cositas más Pode até parecer engraçado Pode até ter sido um romance Veio de um devaneio Tempo absoluto Um quê de absurdo Puta loucura vã Mas bom não é Não foi bom pra nós, amor Sorte de quem viu Nada pra quem ficou Nunca era pra ter sido Assim Pode haver, sabe? Haverá ainda Uma saudade Um beijo Alguma lembrança Um bocejo Um surto de suspiro Minha lágrima E o adeus Pode, sim Haverá de ser abril Mas não. Não pra você. Gilda. 03.04.2014.

Quando

Consegui voando, dizendo e querendo muito. Maluquice. Hoje choro, até corro, mas não vejo onde chegar com essa de você aqui. Sinto uma febre, algum calafrio de quando em vez, e era comum nos nossos tempos de saudade. Agora, tudo é esparço, ficou meio roto, parou meio vão. Talvez seja mais por mim, meu bem, e eu ainda digo que de amor em amor se consegue fazer, se pode ver o invisível. Sozinha não é pra tanto. É outra história, é a fase do deixa seguir, do deixa ficar. Ir pra onde, se o meu quando ainda está com você? Eu odeio querer o futuro do pretérito, mesmo sendo o meu verbo mais bonito. Eu quis um último tudo, um pouco de cada. Ainda não cansei. Peço em mim, só mais um milhão de vezes Mais uns duzentos mil beijos Um punhado bom de afagos Trezentos mil, Meus milhares de sorrisos E só mais uma centena, aos montes, desse seu olhar Eu juro, dessa vez coloco menos açúcar no macarrão Não erro mais no ponto do suco Não implico mais com a sua folha de alface Eu insi

Frios e sonhos

Alguém há que se sentir melhor nesses tempos chuvosos. Ou mais feliz. A tristeza tem dessas. Me faz sentir um nada nessa multidão de mentiras, e nessa de decepções repetidas. Não me encontro, amor! Eu estou desenganada. Mas sigo levando tudo aqui. Ontem sonhei com você. Quem me dera, hoje, quem sabe, poder te contar tudo. Ah... eu ia te dizer dos nossos olhares, risadas, algum abraço, aquela nossa música, um último amor, só mais um beijo, suas mãos. só mais um quê de cumplicidade no silêncio, mistério de mais e mais amores. E gosto e vontade dos mergulhos de antes. Acordei. Perdemos o melhor do sonho. Nas obviedades, não vejo as nossas verdades. As desculpas são as mesmas, é tudo tão antigo... nem o desamor é novo. Engano.  Poderemos achar culpados. Mas como, se estão todos tão certos? Todos algozes, alheios de nós mesmos?A maldade não tem sexo, é plural. E ninguém vê esses mentirosos, falsos e amigos. De quem?! Cretinos. Decerto, não mais que eu.  Ah, mas

Pressa

Ontem foi de saudade. Corri. Toma aqui os noventa, mas, onde estão os cem? Preciso de procuras, eu sei. Preciso de razões. Não quero os pensares, não é hora. É a fome. Preciso de você. Toma todo o meu sim, dor e alma. Nem tento, nem resisto. Sou eu que peço. Mentir pra quê? De amor em amor me valho, me encaixo, nos cabemos um no outro. Vê! Estou no agora, eu sei, e você, no ainda. Tudo bem, abro mão da pressa, desisti. Te e spero, amor. Vem, deita comigo... me junta! Tem um tantão de mim aqui. Meus sorrisos. E ninguém precisa nos dizer do amanhã, meu hoje. Gilda. 14.03.2014. 2h.

Versos inquietos

Estou perdida, amor, em meio às nossas confusões premeditadas. Do lado de lá, nada sei. Cá, me vejo, atônita, dormente, meeira, sem sim, sem não. E o que tenho, então? Angústias douridas, faltar de tudo, saudades oscilantes. Nada de ar. Será de raiva, será de amor, ou um pouco de muita dúvida? Eu não sei mais o que é pra mim, nem o que um dia foi. Eu juro, olhando de trás, não era aqui que eu queria estar. Nem era sem você. Então, por quê? Pedi um sinal, chamei por Deus, orei a um Norte, qualquer um, e nada. Só esse poema, versos fracos, fraquinhos, que mal cabem nas minhas vírgulas. Preciso de pontos. Medrosas interrogações, rumores de exclamações, um arrogante ponto e vírgula, um exigente ponto final? Reticências... Afinal, o que restou do amor, além do que agora ainda lateja? É muito. Busco o tempo. Nada exato. Tudo incerto. De mim, deixo-te meu grande mar, Essa insônia, e minhas incertezas. Gilda, 10.03.2014

Das loucuras e dos lutos

Estou com sede de verdades. Fome, fome mesmo, eu só tenho das verdades inteiras, dessas de tontear quando é ruim, de cansar as bochechas e tirar o sono, quando boas. Preciso mais das boas, mas, por ora, as ruins também têm sido bem vindas. Mas não me venha, por favor, com verdades pequenas, verdadezinhas, essas pseudoverdades meia-boca. Eu não sou amiga do acaso, do convencional e do meeiro. A intensidade é meio como eu, dói tudo, ama sempre, grita aos cantos mais longínquos o seu sentir. E não me importa se faço birras de criança, se me afogo, ébria, às vezes. É daí que saem as melhores lições, porque é preciso ter alma, muita alma pra aguentar as consequências de se ser livre. E preta. E antissociedade óbvia, hipócrita e suja. É isso mesmo. Não há como ser dada a convenções. Eu tentei, sabe? Mas essa merda não era pra mim, não era pra ser. Então, liga-se o foda-se bonito, pulam-se as ondinhas da minha maré seca, com direito a afogamento e mudez do celular e tudo. Não fui eu qu

Fragmento de pergunta Ou Sobre a quarta-feira de cinzas

Engraçado... Eu achava que tudo seria diferente, que haveria uma felicidade frenética, após quaisquer dias de muitos carnavais. Tudo deveria ter sido esquecido. E nada foi pouco! Foi tanta busca de esperança, de cantigas e cores, e eu vi tantos azuis, tantos quereres... De todas as brincadeiras, eu me vi em meio a picos de emoções, de sabores e de tantas vontades. Foi tudo lindo! Se viu um frenesi alegre, biquínis prateados, furta-cores, meios peitos de fora, um fio-dental para cada tipo de shorts e pernas. Gentes pelo chão, e, todos dormem, menos eu! Tatuagens à mostra, um quê de otimismo sem fim. Muitos brindes, cervejas para todas as cores e preços, boa música, algum samba, MPB nos táxis e sobras de diversão. E beijos, de todos os tipos, gentes e tamanhos, para todos os gostos e tradições. Em meio a esses hits novos, sentimentos explícitos, tradições comemorativas e colares de ruas entupidas de branco, das mortes atirando a metralhadoras de brinquedo, a olho nu, n

CHANCE

Ainda estou por aqui. E te dou tudo. Minha insônia velha, e todas as minhas madrugadas. Minha janela escura, meio penumbra de noite, crepúsculo da nova manhã. Compromissos? Serão todos seus. Nada tenho a fazer. Apenas cafuné, beijo de olho, ver sorrisos, suas brincadeiras, nossos poemas. Te tenho todo em mim, e não precisarei mais de saudades. Todos os meus cuidados. Estou nua, amor, tire o meu lençol. Seja a minha lei, tome o meu olhar, proteja esse restinho, salve esse cordão, esse anel, nosso amor. Te dou, sim, minha maior renúncia. O meu total prazer. Todos os meus sonhos. Tudo. É absoluto, é todo seu. Apenas desaprenda, e sigamos nesse chão: tantas luas, sóis, nuvens e marés de antes. Uma praia nova. Um presente novo. Todos os amores. Queira! Agora acorde. Venha tomar café comigo. Gilda. 13.02.14 (5:30 a.m.).

AMORES PUÍDOS

De amor em amor se perde uma saudade, um sorriso, em uma noite qualquer. Sabe lá onde deixei todo furor, toda luxúria,  todo deslumbre de nós dois? Quem há de saber... Será que bastará procurar em dias de faxina? Se limam as queixas, se destilam as deixas, se extirpam as mágoas Besteira! O Ontem não pode mais ser, do Hoje, não há o ressuscitar Então, o que será do Depois? Teimosia de mudar de cor de cinza, de dor, em um amor que continua sendo velho e retrato. Gilda e Aion. 11.02.2014.

O pântano

Foi num sonho, e tudo estava como antes. Eu sei do que temo, sei do que penso Difícil é seguir negando esse desejo incontido, atrevido O estar é mal, é um limbo, é um nicho Não há vento, nem noite, nem lua, nem chuva Nem nada Mas há as incertezas Tudo boia, nada de vida por aqui Insignificante a procura de você Eu poderia até dizer aos quantos já dancei, já até desesperei Mas não O infinito é contável E a minha saudade tem tamanho São exatos milésimos de amor de longe de mim e de ti Mas deixa Um dia aprendo a respirar de novo.

COMA

V ocê já viu? Já olhou bem de perto? Sim, parece que ainda é lindo, e deve estar tudo bem. Mas daqui, de onde vejo, não se pode ter tanta certeza. Há água de berinjela com limão, iogurte, goiabada, creme de leite, biscoito, cerveja,  Montilla  e até doce de figo na geladeira. Não se aproveita muito no verão, porque faz muito calor, e tudo o que se quer é estar na brisa, sentir o mar. Respirar. Água bem gelada sempre serve muito, sempre serve mais. Mas quem disse que a sede passa? E quem disse que a fome vem? Eu não sei o que você pensa que está fazendo, mas não está funcionando. Não pra mim. Deveríamos conversar. A sós. E não estamos falando de mim e do meu vazio. E agora? Será que te odeio? Sim, porque, amor, isso não é. Cansada de dizer isso antes. Mas sempre há o mar, e as cores, e a noite, com suas luas, todas minhas e tudo tão meu. Mas... onde está a minha poesia? Sem amor, sem você, eu não sei nada do que fazer com tudo isso. Eu ouvi uma música, não é