Estou perdida, amor, em meio às nossas confusões premeditadas. Do lado de lá, nada sei. Cá, me vejo, atônita, dormente, meeira, sem sim, sem não. E o que tenho, então? Angústias douridas, faltar de tudo, saudades oscilantes. Nada de ar. Será de raiva, será de amor, ou um pouco de muita dúvida? Eu não sei mais o que é pra mim, nem o que um dia foi. Eu juro, olhando de trás, não era aqui que eu queria estar. Nem era sem você. Então, por quê? Pedi um sinal, chamei por Deus, orei a um Norte, qualquer um, e nada. Só esse poema, versos fracos, fraquinhos, que mal cabem nas minhas vírgulas. Preciso de pontos. Medrosas interrogações, rumores de exclamações, um arrogante ponto e vírgula, um exigente ponto final? Reticências... Afinal, o que restou do amor, além do que agora ainda lateja? É muito. Busco o tempo. Nada exato. Tudo incerto. De mim, deixo-te meu grande mar, Essa insônia, e minhas incertezas. Gilda, 10.03.2014