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Mostrando postagens de agosto, 2010

Remanescências

Estou pirada. Muito chateada, muito triste. E daí, se tenho amigas em Londres, se tenho amigas em Dias D’Ávila, se tenho amigas sem identidade? Eu não tenho cidade. Nem idade pra estar assim. Esse vazio, esse nó. Só. Esse “preciso não dormir”. Mas o sono me vem. Que nem saudade de outrora. Ora! Acaso me conheces?! Acaso sabe o caos de me ver nascer?! Remanescer... Dores de agora. Desejos de outrora. Não posso. Não devo. Não quero pensar em você. É. Há reciprocidade inevitável. Existe. Mas eu a nego. Não quero. Não deveria perder você. Nem você a mim. Perdi o freio. O frio veio. Você nunca mais veio... Nunca mais me verá. Nunca mais viverá em mim. Mesmo assim...

Desculpe

Eu não deveria escrever-lhe coisas tão hostis, tão agressivas. Perturbar-lhe com meu despeito e minha saudade. Eu, sinceramente, gostaria de dizer que faria tudo diferente. Mas não posso, porque eu não acredito nisso. Eu não consigo mentir. Não mais. Não tenho tantos sonhos, e os antigos andam a me abandonar esses tempos. A desilusão desse nosso fracassado enlace e doloroso desenlace talvez sejam os principais responsáveis, ou talvez eu tenha passado tanto tempo me preocupando com a não perda, a não mágoa e o não rancor, que acabei por me esquecer de amar. Não de amar no coração, mas na vida, nas práticas diárias das coisas mais simples e íntimas que podem duas pessoas dividir. Eu sou essa infame vil e descrédita, porque não soube te cativar uma vez mais. Ou uma vez. Egoísmos a parte, poderia acusar-te dos mesmos erros, mas, pra quê? Acaso mudaria a realidade do nosso tempo? Acaso aplacaria a cinza distância dos que sofrem e sangram pelos seus amores perdidos? Eu não tenho amores. Não