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Mostrando postagens de setembro, 2013

É TEMPO?

Eu juro, eu poderia te ver, agora, nesse escuro. E seria bom e lindo, porque o seu sorriso alumiaria a tudo, traria a música, encheria meu coração tão triste de amor e paz. Eu estou com sono. E deixaria esse sorriso, esse amor, para amanhã, se pudesse, mas não. É tempo! Eu preciso de um alento de você. Não espere! Venha, então, de pouquinho em pouquinho, na minha alma de saudade, de um sopro de pensamento! Eu sei bem o que eu quero de ti, amor. O meu tanto sempre será desmedido, sempre será muito. Eu nunca soube ser rasa, ser beira, ser chão. Ou vou com muito, ou perco o ar, ou não posso, não consigo ir. Mas você nunca soube lidar com o mergulho, nem aos sábados. E hoje, que é ainda terça, você será capaz dessas montanhas comigo? É tudo tão lindo, eu preciso te mostrar! Mas está frio, por isso não se atrase. Eu tenho calor de sobra pra nós dois. E tu jamais ficará sozinho novamente. Não me preocupo com a sua solidão, amor. Aqui, em mim, está tudo tão transbordante que tu sempre

DOS EXTREMOS

E eu já disse isso da outra vez. Os dias vêm, e a dor se vai um pouco menos. Um pouco no mais. O meu disco não sabe cantar outras músicas. É tudo usado. E de onde vem essa contagem doida de cinco milésimos, essas semanas, um infinito de mês, mais um dia, 324 horas e mil minutos sem ti? Feliz aniversário, dor. Uma vez uma amiga me perguntou: “ainda está contando? Quando parar, é porque já está indo”. Cadê, que não foi? A mentira era minha, ou o erro era dela? Viver de um momento. Essa rasgou. De todos os seus, você me deve aqueles. Os dias brancos da sua vida foram meus. E eu, cá com os pretos, por ora, também. E o meu depois não é nenhuma queixa, nem nada. Sou eu, me sentindo imunda no meio desse lixo de lembranças, e dessa sujeira de ontem. Por que não era pra ter sido assim, mas eu não consigo limpar nada ainda. E eu me venho de polos cíclicos, mas fajutos, pois que não levam coisa alguma. Pra que, então, essa troca de favores, se eu detesto pedras, e esse ve

MAL-ME-QUER

Horas e horas de um desassossego qualquer Tudo me vem na inquietude das manhãs Já solicitei o sol Mas qual! Não há, sequer, a necessidade de nuvens Inútil. Só tenho o bem-me-quer da chuva. Gilda e Aion. 06.09.2013

KEEP OUT

Olhando, ninguém diz Ali vai uma saudade De longe, não se sabe Aqui vive um amor Que fome, que pele, aos quantos? Um rasgão! Chega perto! Vê! Mas, cautela: às vezes morde. GIlda. 05.09.2013.

SETEMBRO

Um preparo pra dormir. Há sempre um quê de resistir, e isso me é antigo. Algumas vezes, comédias românticas me deixam saltitante, sorridente, mas, nessa noite, trouxe um misto de saudade e agonia. Um incômodo, uma onda de não me encontrar nas coisas de mim. Às vezes, acontece. Vou checando tudo: findo a noite, inicio a madrugada. Já lavei pratos demais, esses, ficarão felizes e limpos no amanhã. Corro pro varal, roupinhas úmidas, inclusive meu tapetinho de quarto. Ai, que me deu um aperto... que é de ti, meu tapete, no pé da cama?... até meus pezinhos gelados estão sentidos. Que coisa, saudade por causa de um tapete molhado, velho, outrora imundo! Que isso de sentimentos? Essa de saudades tolas me dizem: comecei o meu setembro melhor de coração, boa de melancolia, indo, de leve, de nostalgia. Mas é isso, um bom ciclo se fecha, mais um, deixa o rancor e a negação daqui pra antes! Vejo tempos de aceitar, de caminhar mais brisa, mais vento... não sem doer, mas com um gosto

AINDA

São duas horas. E são também seis. E eu não sei o que fazer com isso. São muitos eus de silêncios, e gritos de sopros contidos, para, de um sim, de uma saudade absolutamente vã, de uma pseudossaudade, tudo se bagunçar. Tudo relativizar. Eu não quero o descontrole, tampouco o antes. Que se fodam os egoísmos alheios! Quando me eram cólicas de rouquidão, não se ouviu um talvez sequer. As certezas eram surdas. E todas suas. E todo mundo acha bonito quando o refresco é dos outros, mas em mim, não. Isso de injustiça e de confusões que fiquem por lá, e sabe-se lá onde. Ou de quem. E dos porquês. Nem hei de interessar-me pelas agruras e mimos de ti. A mim não couberam apenas as lágrimas madrigais? A insônia fastiosa, resultado desse amor inútil? Por que, logo agora, essa modernidade repentina de indivualismos pueris? Acaso estou num bufet, num salão, bandeja à mostra? O abacaxi bom todo mundo quer. Mas aquele, de ontem, que ainda lateja, o podre, esse, ficou só comigo. Eu