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Fragmento Indignado

 Eu quero meus fragmentos lidos, relidos, ditos e não ditos em folhas de jornal de domingo. Samba a dois, ponto sem nó. Há muito de impublicável. Pena, muita gente ia gostar do indizível. Outros, não. Ah, algumas denúncias expostas incomodam mais que a ideia de morte, que a resignação de ser deixado, de perder o outro. Dor de cotovelo é um clássico, e não sou eu que vou enfiar o dedo na ferida alheia. E haja convenção social, bons comportamentos, bons textos. Polidez, segredos do contido. Não pode palavrão? Pornô? Ah, uma menina tão linda como você, não fica bem... Que venha a idoneidade hipócrita e cínica. Não é pra ser? Que, todos os dias, meu bom dia seja uma máscara social. Com o tempo, bom tempo, aprendemos a ser tão bons nisso, que cola, sem superbonder nem nada, à nossa cara. Me empresta a sua, por favor? A minha tá meio artificial. Não sei, talvez falte um pouco de pó compacto. Ah, joga um pouco de blush, compra um sorriso na esquina! Custa um pouco mais que um tab

TARDE, JÁ É TARDE

Eu queria sentir o eterno Não abandonar o sentimento Fazer das escolhas O não estar Segundos, mecanismos de defesa Ativar, para não perecer Histórias de pessoas diferentes Como, se é a mesma pessoa? Uma história contada por quatro Por muitos Arranhos Controvérsias Contornos de um ser Que saberia o porquê de um ligar Um dizer Um fazer Não me digas, não me contes Segredos pra quê? Verbo imperfeito Defeitos de um tempo Futuro do presente Choro emocional Quando perde o Amor, é o quê? Viúva social oficial Eu, mulher feita, caí Discursos pseudomaduros Um caucho no chão Engoli a seco aquele amor E ouvi aquela confidência Doeu Mas, e amiga que sou? Que eu era? Então eram dois Ou mais O outro é um morto Juntos, lá em Alcobaça Vivendo e construindo lares Praias de amores Não sei Caminhos, ruas, escolhas Embaraçoso Com ou sem tigresa Ou mainha, neguinha É conversa contínua Coisa de outr

ONDE

Vontade de gente   inteligente Saudade de ver o cheiro Inveja de dar desgosto Medo sem cor. Música rimada Enjoada batida Saudade de todo dia. Cadê, que não morre? Pra onde, se se é só fingir? Nó. Sair, dar, morrer, viver no limbo Não é o que um dia Salto de poesia Comida de madrugada Idade de macarrão e noite Sonho de vinho bom Lua de unha Cabelos de cortina Loucuras de insensatez Foi. Não é. Nada disso jamais será. Aqui.

Carta a um penseiro

Nada de conseguir dormir... Deitada, sinto dor no peito; sentada, respiro melhor, mas aí, me dá fome. E não durmo. Ramon diz que é por causa dos reggaes do Candeeiro. Nada! Tô é ficando velha, isso sim... peguei uma gripe misturada com rinite que não passa! Imagina se eu tomasse os xaropinhos de Flávia, Lule e Buldog?! Aliás, como é que eles aguentam?! Aff!!! Fui à cozinha, e catei umas folhas de agrião que ninguém come, a não ser eu. Juntei com um tomate e as sobras de um patê que fiz pro réveillon. É, agora eu sou dada a culinárias... ou quase. Coloquei milho verde, azeite doce, porque ainda tenho manias lusitanas, e espremi um limão. Ficou meio azedo, resolvi acrescentar um pão de leite. Ficou bom, ficou razoável. Você diria que não come mato, e lembraríamos daquela mistureba doida quase amanhecida, eu você e Lule. De que reggae, não se sabe. Mas foi a melhor comida que poderíamos ter feito. Sucesso! Lule tem a manha, não é verdade? Dias loucos e incríveis. Saudades. De você, dela.