VONTADE
Estava a pensar, a lembrar daquela mensagem de hoje à tarde. Alguma coisa na televisão sobre Siribinha, você me avisa. Pra quê? Já faz tempo que não nos vemos. Pra você, um mês. Pra mim, centenas, infinitas noites, intermináveis dias à espera de presenças suas. Enquanto tento entender os porquês que não têm resposta, e ainda decidindo qual o meu estado de espírito pós-sms, você me liga. – Oi! E aí? – E aí?! Como assim, “e aí”?! Olhe, seu filho da puta,... vá tomar no cu e não me ligue nunca mais. Eu te odeio tanto por ter sumido esse tempo todo, por quase me enlouquecer de saudade e sem notícias... Como é que você me vem cumprimentar como se nada tivesse acontecido?! Como se fôssemos “coleguinhas”? Acaso ficou maluco? Eu não quero a sua amizade, eu não quero a sua compaixão, eu não quero o seu telefonema espaçado! Vá pra casa do caralho, que é o seu lugar... – Ah, você tá pensando o quê?! Eu aqui, entre os seus, fotos e cheiros espalhados por todo canto, esse povo a olhar e a pergunta...