RAZÃO EM COISA ALGUMA
Faz frio, mas é diferente. É uma falta grande e doída, mas cheia de certezas. Ou, quem sabe, há razão nelas. Ou uma busca.
Um dia pensei que o amor fosse absoluto e pleno, e tudo pusesse me dar, nos dar.
Ledo engano! Gostar é bom, é bonito, talvez seja poeta, vire música, serenata e mesa de bar, (ou quase sempre, pelo menos...), mas não é o suficiente.
Triste, não? Dá vontade de espernear, protestar, chorar alto, provar o não. Pura negação. Com o tempo e os dias vividos, trocados, doados, perdidos, muitas vezes traídos, sou obrigada a renunciar à esperança, à fé no amor.
Hora de aceitar: não vim, não estou posta para amares. Nem amores. Waste of time.
A razão é, sim, inegável! Não gasto, não gastarei mais força alguma para provar o contrário, e piorar tudo.
Basta olhar onde se está. São as horas, ou os cabelos desarrumados? É a falta de sono, ou o amor nunca passou por mim? Ou pousou, sim, até demais, mas era pouco, tão pouquinho, que levou consigo vento, esse nada, essa coisa qualquer de medo, de desesperança, de desamor?
Talvez nem seja tão ruim, tanta, tantos vivem assim, há tanto tempo! Milênios! O moderno tem isso de veloz, de coelho maluco.
Estou atrás, meu relógio é do contra. Vejo consultórios lotados, filas, rinite, pancreatite, prisão de ventre. Estão todos doentes... tsc, tsc... Tudo porque não se aceita o que se foi, o diferente e impossível, o óbvio desamor. E daí?
Quem haverá de admitir que não se pode ter o mergulho, o sonho do amor perfeito, o happy end? Ou eu nego o tempo, ou nego o amor.
Um ou dois?
Zerinho ou um?
Par ou ímpar?
Não consigo escolher. Não importa.
Ninguém ganha, ninguém perde. São apenas perdas de vista.
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