Relato de ausência

Amanha é meu aniversário, e eu já sobrevivi a mais um natal, a mais um ano novo. Eu não queria ter que sobreviver, melhor seria viver esse dia com você.

Se eu sentisse o mar, se, ao menos, me fosse concedido mais um pedido, te pediria. Te perdoaria.

Acaso alguém poderá me perdoar?

Amor demais, vou indo. É preciso voar, respirar com o que se tem.

E eu dou água, se é só isso, por ora, o que tenho. Nem falo mais de saudade. Essa já mora em mim há tanto, já é minha hóspede. Às vezes amiga, às vezes cretina, agora, nada, mas está aqui.

Deixo, antes isso que o desamor, que o desatino, que a sobrevida de não mais haver sonho. Que venha a alma, salvei um pouquinho pra você.

Não tenha pressa, apenas venha, com perfume e olhos, beijos de insônia, conversas de dois. Vida de um.

E amor que nunca se acaba.

Gilda.

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