AINDA
São duas horas. E são também seis. E eu não sei o que fazer com isso.
São muitos eus de silêncios, e gritos de sopros contidos, para, de um sim, de uma saudade absolutamente vã, de uma pseudossaudade, tudo se bagunçar. Tudo relativizar.
Eu não quero o descontrole, tampouco o antes. Que se fodam os egoísmos alheios! Quando me eram cólicas de rouquidão, não se ouviu um talvez sequer. As certezas eram surdas. E todas suas. E todo mundo acha bonito quando o refresco é dos outros, mas em mim, não.
Isso de injustiça e de confusões que fiquem por lá, e sabe-se lá onde. Ou de quem. E dos porquês. Nem hei de interessar-me pelas agruras e mimos de ti.
A mim não couberam apenas as lágrimas madrigais? A insônia fastiosa, resultado desse amor inútil? Por que, logo agora, essa modernidade repentina de indivualismos pueris? Acaso estou num bufet, num salão, bandeja à mostra?
O abacaxi bom todo mundo quer. Mas aquele, de ontem, que ainda lateja, o podre, esse, ficou só comigo. Eu que descobrisse como lidar com ele.
Me vou, de língua cortada.
Eu levo a minha vaidade, e vou lidando com as mágoas.
Há de vir uma boa brisa, que me livre das carrancas impunes e da ausência de sabores...
Continuo odiando abacaxis.
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