DOS EXTREMOS

E eu já disse isso da outra vez. Os dias vêm, e a dor se vai um pouco menos. Um pouco no mais.

O meu disco não sabe cantar outras músicas. É tudo usado.

E de onde vem essa contagem doida de cinco milésimos, essas semanas, um infinito de mês, mais um dia, 324 horas e mil minutos sem ti? Feliz aniversário, dor.

Uma vez uma amiga me perguntou: “ainda está contando? Quando parar, é porque já está indo”. Cadê, que não foi? A mentira era minha, ou o erro era dela? Viver de um momento. Essa rasgou.

De todos os seus, você me deve aqueles. Os dias brancos da sua vida foram meus. E eu, cá com os pretos, por ora, também.

E o meu depois não é nenhuma queixa, nem nada. Sou eu, me sentindo imunda no meio desse lixo de lembranças, e dessa sujeira de ontem. Por que não era pra ter sido assim, mas eu não consigo limpar nada ainda.

E eu me venho de polos cíclicos, mas fajutos, pois que não levam coisa alguma. Pra que, então, essa troca de favores, se eu detesto pedras, e esse vento não para de bater na minha cara de porta? Eu estou petrificada do novo. Não é que o velho ainda sirva, apenas dói, e me suspende sem respiros.

E aquele choro, aquele soluço foi só meu, engano tentar esconder. O seu pesar não é verdadeiro. E eu nem tenho raiva assim, porque aprendi que sou intensa demais pra aguentar a indiferença por infinitas horas. É a tristeza do tempo, amor. E depois, a vibração dos risos alheios. Bolsos cheios!

E quando o tempo da paciência vier, eu vou me lembrar que esqueci de contar.

Sabe que dia é hoje? Nenhum dia especial.

É só um dia, ou outro, de amores insalubres.

Saúde!


Gilda. 10.09.2013.

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