Frios e sonhos


Alguém há que se sentir melhor nesses tempos chuvosos.
Ou mais feliz.

A tristeza tem dessas. Me faz sentir um nada nessa multidão de mentiras, e nessa de decepções repetidas. Não me encontro, amor! Eu estou desenganada. Mas sigo levando tudo aqui.

Ontem sonhei com você.

Quem me dera, hoje, quem sabe, poder te contar tudo. Ah... eu ia te dizer dos nossos olhares, risadas, algum abraço, aquela nossa música, um último amor, só mais um beijo, suas mãos. só mais um quê de cumplicidade no silêncio, mistério de mais e mais amores. E gosto e vontade dos mergulhos de antes.

Acordei. Perdemos o melhor do sonho.

Nas obviedades, não vejo as nossas verdades. As desculpas são as mesmas, é tudo tão antigo... nem o desamor é novo.

Engano. 

Poderemos achar culpados. Mas como, se estão todos tão certos? Todos algozes, alheios de nós mesmos?A maldade não tem sexo, é plural. E ninguém vê esses mentirosos, falsos e amigos. De quem?!
Cretinos.
Decerto, não mais que eu. 

Ah, mas deve haver um pouco de felicidade por aí.
Eu os vejo tão felizes, às vezes... bem se vê, há que se acreditar nessa corrente de otimismo, ainda que seja de máscara.
Ou de praia.

Vitória! 

Por aqui, tenho a saudade em mim ainda, saudade daquele tempo em que te ouvia sobre as manhas do meu tempo. As idas e vindas do meu corpo. As ondas mais calmas e altas de desejo. Os calores mais amáveis de mim. A nossa última lua. Mais um dia de praia. Um tempero nas nossas rotinas.
Mas isso foi ontem, amor. Você se lembra?
Mesmo assim, ainda sinto frio.

Sua vez.
Passou ou não?
Por favor, perdão.
Agora desentenda.

Gilda Valente. Desde 15.09.2013 até 17.03.2014.

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