Sobre Deus e o Tempo dos amores

A ti, Amor, entrego-te ao tempo
e o Tempo é Deus.

Ele me quer bem, eu sei
Me vê: nos Seus olhos, há súplica
e um pedido de atenção no amarrar dos cadarços
eu não vejo.
Não consigo.
No fundo, não quero.

Só sei fazer e teimar à minha maneira
O meu laço é frouxo, eu caio
Ele chora: já sabia da minha queda,
que não te deixaria,
não consigo Te esquecer, Amor

Meu Pai me olha mais uma vez, tão triste,
E me vê tão pequenina, tão frágil
e não me acha estúpida, apenas teimosa.
Me pega no colo, me beija a face e diz baixinho:

“- Vai, filha, errar mais uma vez. Eu estou aqui, viu?
E eu te amo. Mas vai, erra. Cai. E aprende.
Quando voltar, Te ensino o laço novo”.


Eu, criança, não Lhe dou ouvidos.
Só ouço o Agora,
a minha Dor, a minha Saudade,
maiores do mundo.
Egoísta que sou, esperneio,
choro, peço ajuda, faço birra,
fico de mal.

Meu Pai, infeliz, não se aborrece.
Ele nada pode fazer,
a não ser rezar
e esperar o Seu Tempo,
O Tempo de Deus,
Agir em mim,

Agir em nós.

Thais.

11.11.2010
(conversando com Nice)

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