Do pôr-do-sol

O sol está se pondo
na porta da minha janela
na janela da minha garagem sem janela
Olho através
me vejo em cores
tom pastel
Naquela luz, naquele azul amarelado
imaginando sons laranjas
e ouvindo músicas de rock safra ruim
Na porta da minha janela
vejo lembranças de antigos sóis
eram coloridos
podia ver os lilases acobreados
misturando-se às nuvens branco-cinza
não havia chuvas nos arco-íris
tudo o que eu tinha era a espera da lua nova
depois do cravar do sol
Ah! Tempos de luas de amores
janelas abertas para bons sonhos de amanhã
um dia me esqueci de mim
e desaprendi ilusões
Hoje, da janela da minha porta
os olhos são os mesmos
as vistas, porém, são opacas
e todos os pores, por fim
tornaram-se noites de escuro
no breu de mim.

Gilda Valente e Maria Russoleen, 28/08/2010.

Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Pressa

Carta a um penseiro

Meu nada novo ano ou eu gostava mais da gente antes