Queda livre
Fragmentação... É nisso que dá alimentar-se de saudades
virtuais que, de tão reais, ainda me estremecem e suspendem a minha respiração.
Ah, francamente! Não eras tu que já apregoava e bradava rios
de racionalidade e lucidez? De onde vem, então, todo esse ferver de pensamentos,
sonhos e ideias de antes? De agora? De nunca esquecer?
É muita saudade.
Dessas que me faz ver placas e contar números em zeros de
provas em vão.
Que me trazem, em sonhos, angústias e apertos que, no
cotidiano, nem parecem doer.
Adormecer até que é bom. Dimensão plural, atemporal; lá,
posso sentir-me sua, sentir-me amante, viver de amor.
Querer aquela conversa que nunca aconteceria aqui.
Fazia um tempo bom enquanto pensava nos verbos futuros do
pretérito. O nosso tempo tem esse nome agora. Está onde sempre quis, não onde
eu quis.
Pré-rotinas, relatos.
Inglês, francês,
gestão, docência.
I’m training
and practicing my disabilities how to forget you.
Treinando a minha incapacidade de pular.
É inútil.
Não tenho mais paraquedas.
Gilda, 26.08.2011
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